O governo britânico aprovou um projeto polémico que prevê a construção de um túnel rodoviário para aliviar o congestionamento perto dos famosos vestígios arqueológicos de Stonehenge, apesar da forte oposição de cientistas e de druidas.
Localizado cerca de 140 km a leste de Londres, o monumento Património Mundial da UNESCO consiste em vários conjuntos concêntricos de enormes lajes, com cerca de 5.000 anos. Os vestígios pré-históricos atraem 1,6 milhões de visitantes todos os anos.
O ministro dos Transportes, Grant Shapps, aprovou na quinta-feira o projecto, estimado em 1,7 mil milhões de libras (2,24 mil milhões de dólares) para perfurar um túnel para substituir a actual rodovia, que passa a menos de 165 metros dos restos megalíticos e permite que os motoristas os vejam.
É uma “decisão escandalosa e vergonhosa”, disse Tom Holland da Stonehenge Alliance, que inclui arqueólogos e organizações não governamentais. O organismo denuncia a construção de “uma grande incisão de concreto e alcatrão no meio das mais preciosas paisagens pré-históricas do Reino Unido”.
Embora o túnel não passe directamente por baixo das pedras, os críticos do projeto dizem que a entrada e a saída da infra-estrutura serão construídas dentro do sítio arqueológico. As escavações poderão causar danos às áreas pré-históricas.
Os druidas também organizaram protestos contra o projecto, que passaria pelo que consideram um lugar sagrado.
A entidade que administra Stonehenge, a English Heritage, acolheu favoravelmente a decisão, no entanto, garantindo que o túnel permitirá “finalmente que o monumento se reconecte com a paisagem pré-histórica em que se encontra”.
A estrada existente é considerada muito estreita para o nível actual de tráfego e, de acordo com a empresa governamental Highways England, dirigir nela é um pesadelo diário para muitos motoristas.
O túnel, que terá cerca de 3,3 km de extensão, ficará no seu ponto mais próximo a 200 metros de Stonehenge, afirma a Highways England.
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