Covid-19. Em Itália, há doentes a ser tratados nos próprios carros

Com 284.000 novos casos diários, a Europa continua a ser a região com a maior progressão da pandemia, mesmo que os novos casos de contágio pareçam agora terem estabilizado à ordem de mais um por cento ao dia.

As restrições continuam a multiplicar-se no Velho Continente. Na Itália, onde cerca de metade da população se encontra em regime de confinamento parcial, a situação continua a agravar-se. Na região de Nápoles, declarada “zona vermelha”, assim como a Toscana, os hospitais estão sobrecarregados e há pacientes a ser atendidos directamente nos seus veículos ou em ambulâncias.

A Grécia, por exemplo, anunciou este sábado o encerramento de escolas primárias e creches. Portugal, por sua vez, ampliou a janela em que vigora o recolher obrigatório, que funciona actualmente entre as 23 horas e as cinco horas locais, mas que nos fins de semana foi antecipado para as 13 horas.

As autoridades de quase todos os países europeus rejeitam a ideia de suavizar as medidas impostas. Um dos epicentros da segunda onda na Europa (com 932 mortes nas últimas 24 horas), a França também regista uma desaceleração nas infecções, mas a situação ainda é muito “frágil” para relaxar as restrições a 1 de dezembro, afirma o governo. As camas nas unidades de cuidados intensivos estão 95 por cento ocupadas, e o “pico” desta onda ainda não foi atingido.

O primeiro-ministro francês, Jean Castex, disse que o governo tenta trabalhar com “regras” para o país até a chegada de uma vacina, de acordo com uma entrevista concedida neste sábado ao jornal “Le Monde”.

As restrições enfrentam rejeição, principalmente no sector da restauração, que anunciaram que levarão à Justiça a decisão do governo de fechar os seus estabelecimentos durante o período de confinamento.

Apesar dos sinais de desaceleração do vírus na Alemanha, a chanceler Angela Merkel considera que a epidemia “nos vai manter ocupados durante todo Inverno”.

Por entre o optimismo com as notícias promissoras sobre uma vacina contra a Covid-19, a desconfiança da população em relação à imunização pode minar mesmo os produtos mais eficazes, alertou o departamento de imunização da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Após o anúncio da Pfizer e da BioNTech sobre o desenvolvimento de uma vacina “90 por cento eficaz”, resta saber se os países pobres terão acesso ao produto.

O director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez uma apelo nesse sentido, pedindo que qualquer “avanço científico” beneficie todos os países rapidamente.

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