
O painel independente criado para avaliar os erros e acertos na resposta de países e da Organização Mundial da Saúde (OMS) à pandemia da Covid-19 anunciou na terça-feira que terá como prioridade analisar se as primeiras notificações sobre a existência de um novo vírus na China foram reveladas a tempo.
O anúncio foi feito na terça-feira durante um relatório preliminar sobre os trabalhos do grupo, feito na Assembleia Geral da OMS, pelas co-presidentes do painel, a neozelandesa Helen Clark e a liberiana Ellen Johnson Sirleaf.
A 31 de Dezembro do ano passado, a República Popular da China notificou pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde casos em humanos de um coronavírus até então desconhecido em Wuhan. A agência reportou sobre o patógeno a 4 de Janeiro nas redes sociais e divulgou os primeiros guias às redes de saúde nacionais seis dias depois.
O painel de investigação, que é formado por 13 especialistas, já se reuniu duas vezes e deve apresentar as conclusões em Maio de 2021.
O grupo espera contar, para avaliar os primeiros momentos da pandemia, com a informação de uma missão da Organização Mundial de Saúde e de outras agências que está a ser preparada sobre a China, para também estudar a origem do novo coronavírus, que já matou mais de 1,25 milhão de pessoas.
De acordo com o relatório desta terça-feira, o painel independente vai ainda investigar se a Organização Mundial de Saúde tem competência e mandato para prevenir e responder a uma pandemia, e se o director-geral da agência tem autoridade suficiente para tal.
Além disso, vai examinar se a estrutura da agência é apropriada para este tipo de crise sanitária, e se o financiamento é adequado para o caso de uma pandemia.
A criação do painel foi determinada pela própria OMS, após críticas recebidas pela gestão inicial da pandemia, especialmente pelos Estados Unidos da América. O grupo, no entanto, não se vai focar apenas na organização, mas também avaliará as respostas de cada país.
Outro objectivo será “desenvolver um sistema internacional ideal para alcançar uma preparação e resposta eficaz à uma pandemia” e analisar algumas das deficiências mostradas, por exemplo, nas dificuldades de acesso aos equipamentos de protecção, testes e tratamentos em algumas fases da crise.
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