Suiços rejeitam restrições à imigração, de acordo com as primeiras projecções

As primeiras projeções indicam que a restrição à entrada de cidadãos da União Europeia na Suíça, proposta pela União Democrática do Centro, um partido de matriz nacionalista, foi rejeitada pela maioria dos eleitores suíços. A questão foi este domingo votado em referendo.

De acordo com a informação avançada pela Associated Press e pela agência AFP, as primeiras projecções do instituto de sondagens gfs-Bern, baseadas numa contagem parcial dos votos, sugerem que a maioria dos eleitores suíços rejeitou a iniciativa popular apoiada pela União Democrática do Centro (UDC, na sigla em francês) que sugeria uma restrição ao número de cidadãos provenientes da União Europeia autorizados a viver e a trabalhar no país.

A iniciativa popular, que propunha colocar fim à livre circulação de pessoas com a União Europeia (UE) – uma medida à qual o Governo suíço manifestou oposição – deveria ter sido votada em Maio, mas o referendo teve de ser anulado devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.

A proposta –  intitulada “Iniciativa para uma Imigração Moderada”-  quer que o Governo suíço suspenda um acordo bilateral existente com a União Europeia  sobre a livre circulação de pessoas e assuma o controlo total da política de imigração do país.

A organização que apoia esta iniciativa estima que, desde a instauração do acordo bilateral entre a Suíça e a UE, em 2002, o país tem sido destino de uma imigração em massa, o que, segundo os partidários da restrição, tem contribuído para o aumento do desemprego entre os cidadãos suíços e constitui uma ameaça para a liberdade e para a prosperidade do país.

Sob o actual acordo de livre circulação, ambos os lados permitem livre acesso aos mercados de trabalho de cada um e o direito de escolher o local de residência.

Com a restrição à imigração, os acordos sobre o comércio, a agricultura, o transporte e pesquisa ficariam inválidos, já que estes fazem parte de um pacote de sete acordos bilaterais que vigoram desde há quase duas décadas.

Além da iniciativa de limitação à imigração, os suíços votaram sobre quatro outros temas: uma alteração à lei sobre a caça, a introdução da licença de paternidade paga, o aumento das deduções infantis nos Impostos Federais Diretos e a aquisição de novos aviões de combate. 

As sondagens indicam que a proposta de licença de paternidade de duas semanas foi aprovada por uma “grande maioria”, avança a AFP.

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