Trabalhadores de uma mina ilegal de ouro na República Democrática do Congo vasculharam os escombros da estrutura no sábado, com o objectivo de localizar mais de meia centena de colegas que se encontram desaparecidos depois da mina ter desabado, devido às fortes chuvas que se abateram sobre a região ao longo dos últimos dias.
Centenas de jovens com botas de borracha juntaram-se no local do desmoronamento na sexta-feira, com alguns a retirarem pedras com as mãos de uma encosta transformada numa torrente de lama e detritos, mostraram imagens obtidas no local pelos meios de comunicação social locais.
Dezenas de pessoas morrem todos os anos em acidentes em minas sem regulação no Congo, onde frequentemente mineiros sem equipamentos e condições de segurança procuram ouro.
Alexandre Kamundala, vice-presidente da câmara da cidade de Kamituga, a mais próxima do local onde a mina se encontrava, disse que até ao final da tarde de domingo nenhum corpo tinha sido ainda encontrado. O gabinete do governador da província de Kivu do Sul, Theo Kasi, afirmou que a maioria das vítimas era jovens e expressou as suas condolências às famílias afectadas.
Desmoronamentos, deslizamentos e mortes por asfixia são riscos comuns que os mineiros correm. Quem se aventura no garimpo ilegal raramente usa qualquer equipamento de protecção além de botas de borracha, de acordo com Sara Geenen, professora-assistente da Universidade da Antuérpia, na Bélgica, que conduziu um estudo com mineiros nos arredores de Kamituga.
Um relatório do Banco Mundial, publicado no ano passado, estimou o número de mineiros de pequena dimensão no Congo se situa em cerca de dois milhões de pessoas, muito mais do que os que trabalham em minas industriais de ouro, cobre e cobalto de empresas como a Glencore ou a Barrick Gold.
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