Nova Biblioteca Central vai substituir antigo Hotel Estoril

O local onde se encontra actualmente o antigo Hotel Estoril, num das alçadas da Praça do Tap Seac, foi escolhido pelo governo para albergar a nova Biblioteca Central de Macau. A estrutura, originalmente prevista para o centro da cidade e para o edifício do Antigo Tribunal,  deverá custar cerca de 500 milhões de patacas, anunciou na quinta-feira o Instituto Cultural.

O Governo anunciou no mês de Agosto a intenção de construir o quartel-general da rede de bibliotecas públicas do antigo território no edifício do antigo tribunal. O projecto previsto para o centro da cidade, concebido pelo arquitecto Carlos Marreiros, implicava um investimento de 900 milhões de patacas. A nova biblioteca central deverá abrigar um espólio físico de meio milhão de livros, com destaque para “colecções especiais” que integram 70 mil livros em português, o maior acervo em língua portuguesa existente no Continente asiático.

A decisão de abdicar da localização central da nova Biblioteca Central, cujo projecto de construção deveria avançar este ano ou em 2021, foi justificada em conferência de imprensa pela presidente do Instituto Cultural (IC) por razões técnicas, mas também de custo. O preço da empreitada pode descer quase para metade, segundo uma estimativa “muito preliminar” relativa à edificação das novas valências na praça do Tap Seac: “Em termos técnicos arquitectónicos, a dificuldade de construção (…) será reduzida e o seu custo (…) relativamente baixo”, afirmou Mok Ian Ian. “Será o santuário da nossa alma”, acrescentou, referindo-se à futura “maior biblioteca de Macau”. As novas instalações devem estar a funcionar em 2024.

Concebido pelo atelier do arquitecto Carlos Marreiros,  o anterior projecto foi abandonado, afirmaram os responsáveis do Instituto Cultural. O Governo, explica Mok Ian Ian,  já desembolsou 40 por do valor da adjudicação, avaliada em 18,6 milhões de patacas.

O Instituto Cultural defende que a nova localização possui “mais condições para que a Biblioteca se transforme num edifício cultural mais emblemático/icónico do ponto de vista da sua concepção”, dado que as novas valências vão nascer numa zona “onde se encontram instalações culturais e actividades cívicas e na proximidade de zonas residenciais e de várias escolas”. A nova localização, sustenta Mok Ian Ian,  “uma área de serviços mais ampla, reduzindo, em simultâneo, as pressões de trânsito no centro da cidade”.

O Governo contactou “mais de dez equipas de ‘design’ arquitectónico do país e do estrangeiro que já ganharam prémios internacionais nesta área e projectaram bibliotecas de reconhecida excelência ou instalações culturais de cariz semelhante”, sendo que “quatro dessas equipas (…) – de países como a Finlândia, a França ou a Suiça – foram convidadas a apresentar propostas de ‘design’ conceptual”. O atelier de Carlos Marreiros não foi abordado para o efeito.

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