Covid-19. Fabricantes automóveis perderam onze mil milhões de euros

Os 17 maiores grupos automóveis do mundo registaram uma perda operacional conjunta de quase 11 mil milhões de euros no segundo trimestre do corrente ano devido ao coronavírus, de acordo com um estudo da consultora EY publicado esta quarta-feira.

O número contrasta com os quase 22 mil milhões de euros que esses mesmos fabricantes tinham obtido no mesmo período de 2019: “Um colapso deste tipo no volume de negócios, lucros e vendas nunca tinha acontecido antes” no sector, disse o director do departamento de Automação e Transportes da EY, Constantin M. Gall.

A pandemia chegou a “paralisar temporariamente” a indústria automóvel, com “consequências catastróficas”, acrescentou.

Onze dessas empresas fecharam o trimestre em vermelho, enquanto seis conseguiram apresentar lucro. Apenas o fabricante americano Tesla alcançou um resultado melhor do que no mesmo período do ano passado, tornando-se também na empresa mais rentável do grupo, de acordo com os cálculos da EY.

A faturação caiu em todos os fabricantes, com um total acumulado no trimestre de quase 177.000 milhões de euros, uma queda de 41 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior.

Contudo, houve grandes diferenças entre os vários fabricantes: o volume de facturação da Tesla caiu apenas 5 por cento, enquanto o da Mitsubishi desabou 57 por cento. O da Volkswagen diminuiu 37 por cento, o da Daimler (fabricante da Mercedes-Benz) 29 por cento e o da BMW 22 por cento.

As vendas, por sua parte, resistiram melhor em termos agregados, em grande parte graças à China, que iniciou a sua recuperação económica mais cedo. O estudo da EY estima que as vendas não voltarão a volumes pré-crise antes de 2022.

Peter Fuss, um dos autores do estudo, considerou que este choque terá repercussões “brutais” no emprego, algo que começará a materializar-se, sob a forma de despedimentos e encerramentos de fábricas, “o mais tardar no próximo ano”.

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