Diversas testemunhas deram conta, esta segunda-feira, da detenção de Maria Kolesnikova, importante figura da oposição na Bielorrússia e uma das poucas que não partiu para o exílio na sequência das eleições do mês passado, anunciou a sua equipa de campanha, numa altura em que aumenta a repressão aos críticos do presidente Alexander Lukashenko.
Os depoimentos obtidos pelos colaboradores de Kolesnikova indicam que ela foi detida esta segunda-feira por homens não identificados e está desde então incontactável. A militante integra o “conselho de coordenação” da oposição, organismo que deseja preparar o caminho para uma transição política no país e que, neste momento, é alvo de um processo judicial.
A polícia da Bielorrússia informou esta segunda-feira que 633 pessoas foram detidas durante o grande protesto promovido pela oposição no domingo, parte do movimento que critica a reeleição de Lukashenko em Agosto: “No total, 633 pessoas foram detidas ontem (domingo) por infringir a lei durante as manifestações”, afirmou o ministério do Interior num comunicado.
De acordo com o ministério, 363 pessoas continuam detidas provisoriamente e aguardam a análise dos seus casos pelos tribunais.
Este é o maior número de pessoas detidas durante uma manifestação da oposição desde o início dos protestos, após a polêmica reeleição de Lukashenko a 9 de Agosto.
No domingo, mais de 100.000 pessoas saíram às ruas no centro de Minsk pelo quarto fim de semana consecutivo de mobilização, apesar da grande presença das forças de segurança nas ruas da capital.
Lukashenko, de 66 anos, governa a Bielorrússia desde 1994. O presidente, apoiado por Moscov, nega-se a dialogar com a oposição.
Pelo menos três pessoas morreram nas manifestações e mais de 7.000 foram detidas, sobretudo nos primeiros dias após as eleições. Os detidos descreveram maus-tratos e torturas durante o período que passaram na prisão.
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