Coronavírus. Vencedores do Nobel querem que eventual vacina chegue a todos

O arcebispo sul-africano Desmond Tutu e o actor George Clooney estão entre as mais de cem personalidades que assinaram um apelo para que a eventual vacina contra o novo coronavírus seja declarada um bem comum global e disponibilizada a um preço acessível à população.

O apelo é liderado pelo fundador do movimento de microcrédito Muhammad Yunus, vencedor do Prémio Nobel da Paz, bem como por Desdmond Tutu. De acordo com Yunus, algumas empresas farmacêuticas já fizeram saber que as vacinas serão proporcionadas primeiro aos países ricos da Europa e aos Estados Unidos da América:  “O que acontece com o resto do mundo? É como se o resto do mundo fosse deixado para trás”, disse o criador do Centro Yunus, estabelecido há mais de uma década para combater a pobreza.

“Está é uma vacina que é necessária para 8 mil milhões de pessoa. O que vai acontecer com os mais pobres? O que vai acontecer com os países pobres que não podem pagar os preços que serão cobrados nos países ricos?”

Actualmente, não existe vacina contra a Covid-19, mas mais de 100 candidatas estão a ser desenvolvidas em todo o mundo, à medida que as farmacêuticas procuram uma solução para combater uma pandemia que já matou mais de 500 mil pessoas em todo o globo.

Os especialistas preveem que o desenvolvimento de uma vacina segura e eficiente pode exigir entre 12 a 18 meses.

Callum Mackenzie, director da Yunus Tailândia, alertou que, assim que a vacina tiver sido desenvolvida, as dificuldades para as obter podem levar a uma proliferação de vacinas falsas em países mais pobres.

A farmacêutica britânica AstraZeneca já iniciou testes em humanos de uma vacina desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford. A vacina deverá custar cerca de 2,8 dólares por dose na Europa, de acordo com o Ministério da Saúde da Itália. A empresa não espera obter lucros com a vacina enquanto a pandemia não estiver controlada.

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