Mais de sete mil pessoas viram os seus contratos de trabalho serem cancelados ou não serem renovados entre Fevereiro e Maio. Os números foram esta terça-feira avançados à agência Lusa pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais.
Os números reflectem o devastador impacto que a pandemia de Covid-19 teve na economia do território, em particular no pilar da actividade económica de Macau, a indústria do jogo. Desde Fevereiro – mês em que os casinos chegaram a estar de portas fechadas durante duas semanas – até Maio foram “canceladas 2.141 permissões de emprego para trabalhadores não residentes”, indicou a DSAL, numa resposta enviada à agência noticiosa portuguesa.
A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais adiantou ainda que “um total de 5.064 permissões de emprego não foram renovadas”, não obstante o Governo ter decidido utilizar 38,95 mil milhões de patacas da reserva especial para estimular a economia do território face ao impacto económico do novo coronavírus.
Ao longo dos últimos cinco meses, 2103 trabalhadores não residentes abandonaram Macau, de acordo com dados avançados na sexta-feira pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública.
A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais lembra que o objectivo das políticas laborais em vigor é, sobretudo, o de proteger os direitos dos residentes do território: “O princípio básico da política de importação de mão de obra do Governo é garantir que o emprego prioritário dos trabalhadores locais e os direitos do trabalho não sejam danificados”. A contratação de mão de obra não local “apenas complementa os recursos humanos locais”, complementa o organismo.
À agência Lusa, a DSAL explicou ainda que recebeu 49 queixas envolvendo 55 trabalhadores não residentes cujos contratos foram cancelados ou não foram renovados: “Se forem encontradas violações das leis e regulamentos do trabalho”, frisou, o Governo vai fazer “o acompanhamento de acordo com a lei para proteger os legítimos direitos e interesses dos funcionários”, garantiu o organismo governamental.
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