O Senado dos Estados Unidos da América aprovou na quinta-feira um projecto de lei que prevê sanções contra as autoridades chinesas devido à definição de políticas que prejudicam a autonomia de Hong Kong. A medida materializa-se numa altura em que Pequim se prepara para impor a lei de segurança na vizinha Região Administrativa Especial.
A Câmara dos Representantes ainda tem de votar o projeto, que prevê sanções nos Estados Unidos contra as autoridades chinesas e a polícia de Hong Kong, bem como contra bancos que negoceiam com ambas as entidades.
O projecto de lei recebeu luz verde do Congresso norte-americano, enquanto a China se prepara para aprovar uma lei de segurança que penaliza a subversão e outros actos realizados em Hong Kong, território que no último ano foi cenário de protestos massivos contra o reforço da influência do Governo Central na governação da RAEHK.
“Pequim está a avançar no processo de subjugar as liberdades dos residentes de Hong Kong. Portanto, o tempo é algo essencial”, alertou o senador democrata, Chris Van Hollen.
Para os democratas, “aprovar uma resolução no Senado sobre as acções do Governo central dificilmente será algo levado a sério em Pequim”: “Portanto, é importante fazer algo que mostre que o governo chinês pagará um preço se continuar por esse caminho que visa extinguir as liberdades dos residentes de Hong Kong”, acrescentou.
O governo norte-americano deixou de considerar Hong Kong como um território autónomo, mas as medidas propostas até ao momento são pouco mais do que simbólicas e não alterou verdadeiramente a relação comercial que Washington mantém com o território vizinho. Van Hollen defendeu que a actual postura dos EUA não é suficiente.
O maior receio
Para o senador republicano Pat Toomey, que também ajudou a redigir o projecto de lei, “o maior medo de Pequim é que o povo do Continente se simpatize com a liberdade existente em Hong Kong e decida que algumas dessas liberdades são do seu agrado: “Esse é um risco que os líderes comunistas chineses não podem tolerar”, acrescentou.
Espera-se que o projecto seja aprovado na Câmara dos Representantes, controlada por uma maioria democrata que tende a questionar a China e as suas posições, nomeadamente no que toca à protecção dos direitos humanos.
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