
O Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, garantiu na quinta-feira que Washington está “muito próximo” de assinar “um grande acordo” com a República Popular da China, mais de um ano depois do início de uma intensa guerra comercial entre as duas potências mundiais.
“Estamos muito próximos de um GRANDE ACORDO com a República Popular da China”, escreveu Trump na rede social Twitter, recorrendo a letras maiúsculas para acentuar o conteúdo da mensagem.
“Eles querem, e nós também!”, acrescentou o chefe de Estado norte-americano.
Pequim assegurou, por seu lado, que os negociadores dos dois países mantêm “uma comunicação próxima”, mas sem adiantar mais pormenores.
A República Popular da China e os Estados Unidos estão envolvidos há cerca de 19 meses num intenso braço-de-ferro comercial, disputa que se traduziu na imposição mútua de taxas aduaneiras suplementares (10 por cento) sobre trocas comerciais avaliadas em várias centenas de milhões de dólares anuais.
Caso não existam progressos nas negociações, um novo conjunto de tarifas aduaneiras entrará em vigor no domingo nos Estados Unidos da América.
O novo pacote irá incidir em produtos chineses que não foram abrangidos nas anteriores fases, como electrodomésticos e vestuário desportivo, num montante avaliado em cerca de 160 mil milhões de dólares, qualquer coisa como 143 mil milhões de euros.
De acordo com as agências internacionais, o anúncio de um eventual acordo comercial com Pequim nos próximos dias poderá ser utilizado por Donald Trump como um forte argumento de defesa da sua presidência, actualmente sob a ameaça de um possível processo de ‘impeachment’ (destituição).
Após cerca de três meses de audiências e investigação, os líderes democratas da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) apresentaram esta semana duas queixas formais no decurso do inquérito com vista a um processo de destituição de Trump: abuso de poder e obstrução ao Congresso.
Até ao momento, a Casa Branca não forneceu qualquer informação sobre “o grande acordo” comercial com Pequim mencionando por Trump.
As agências internacionais lembram que Pequim e Washington estarão a negociar um acordo preliminar que prevê que a China aumente a aquisição de produtos agrícolas norte-americanos. Em contrapartida, os Estados Unidos da América renunciariam às novas taxas aduaneiras sobre produtos “made in” China que estão programadas para domingo, dia 15 de Dezembro.
Mas este acordo, anunciado como iminente há várias semanas pela administração Trump, tarda a ser concretizado.
Esta guerra comercial, que está a penalizar as empresas chinesas orientadas para a exportação, ameaça actualmente o crescimento económico do gigante asiático, que registou no terceiro trimestre deste ano o seu nível mais baixo em 27 anos.
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