O governo australiano pediu esta quarta-feira à República Popular da China que permita que um menino de nacionalidade australiano e a sua mãe, de etnia uigur deixem o país. O pedido é formulado dias depois de Camberra ter assinado uma carta denunciando o tratamento dado por Pequim à minoria muçulmana.
A República Popular da China é acusada de ter internado até um milhão de pessoas, principalmente uigures, em campos de reeducação na Região Autónoma de Xinjiang. As autoridades chinesas negam o número e identificam as instalações como sendo “centros de formação profissional” destinados a combater a radicalização islâmica.
A Austrália tinha inicialmente negado a nacionalidade a Lutifeier, nascido em Xinjiang em Agosto de 2017, filho de pai australiano e mãe uigur, mas reverteu a decisão na sequência de um processo judicial.
O pai, Saddam Abdusalam, luta há meses para que sua esposa uigur, Nadila Wumaier, e o seu filho – que ele ainda não conhece – possam viajar para a Austrália.
Na quarta-feira, a Ministra Australiana dos Negócios Estrangeiros , Marise Payne, anunciou que a “embaixada em Pequim solicitou oficialmente que as autoridades chinesas permitam que Wumaier e o seu filho (que é cidadão australiano) viagem para a Austrália”.
A Austrália pontifica entre os 22 países que enviaram uma carta na semana passada aos mais altos funcionários da Organização das Nações Unidas para denunciar a detenção arbitrária de minorias étnicas no Continente.
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