O novo presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, afirmou esta quarta-feira que querer contribuir para a diversificação da economia do território, muito dependente do jogo. Kou mostrou-se ainda disponível para dar voz às diferentes opiniões da sociedade.
“Estamos nesta fase crucial da história de Macau, se não trabalharmos nesse sentido [da diversificação da economia] podemos ser marginalizados, por isso espero contribuir”, afirmou o empresário de 66 anos, em declarações aos jornalistas após a tomada de posse.
Eleito quase por unanimidade, com 29 votos de 32 deputados, o mais antigo deputado do hemiciclo manifestou vontade de trabalhar com o Executivo para “promover o desenvolvimento da economia de Macau e contribuir para a prosperidade do território”.
Na opinião do sucessor de Ho Iat Seng, que renunciou ao cargo para se concentrar na candidatura a chefe do Governo, a Assembleia Legislativa tem espaço para melhorar a partir deste ano, em que se assinala o 20.º aniversário da transferência da administração de Portugal para a China: “A Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] já foi estabelecida há quase 20 anos, espero que os mecanismos possam ser melhorados, no sentido da aplicação da lei e de servir a população”, considerou o deputado, que foi eleito por sufrágio indirecto, pelo setor empresarial.
Kou Hoi In sublinhou também a importância de ouvir as diferentes opiniões da sociedade e de lutar contra as precipitações: “Não nos devemos precipitar aquando da produção de alguma lei, temos de auscultar as diferentes vozes, ouvir essas opiniões, trabalhar com essas opiniões”, disse.
Questionado sobre a ausência de alguns deputados pró-democracia na tomada de posse que contou com a presença do chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, e vários membros do Governo, o novo líder da AL relativizou: “Não vejo problema nenhum, cada um tem a sua agenda”.
Sobre a abertura das portas das comissões da Assembleia Legislativa, uma exigência de alguns deputados que apelam à transparência, Kou Hoi In afastou do seu cargo a decisão: “Tem sido prática corrente a discussão de abrir ou não as comissões (…) a decisão é tomada pelas próprias comissões, não é o plenário que vai decidir, por isso remeto essa decisão às próprias comissões”, disse.
Membro do hemiciclo desde 1991, Kou Hoi In obteve ao início da tarde, na sessão plenária da Assembleia Legislativa, o voto de 29 dos 32 deputados. Dois parlamentares votaram em branco e o deputado de ascendência portuguesa José Pereira Coutinho contou um voto contra.
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