Conservadores querem que os bispos denunciem o Papa como herege

Um grupo de 19 sacerdotes e académicos católicos exigiram que o sínodo dos bispos considere o Papa Francisco como um herege, naquela que é a mas recente investida da ala ultra-conservadora da Igreja contra o pontífice. A posição tem por base a posição de Jorge Bergoglio face a questões como a comunhão para os divorciados ou a diversidade religiosa. 

O mais influente do grupo de contestatários é o padre Aidan Nichols, um britânico de 70 anos da ordem dos Dominicanos que escreveu vários livros e é um dos mais reconhecidos teólogos de língua inglesa. Os demais signatários da missiva são menos conhecidos. 

“Tomamos esta medida como um último recurso para responder aos danos acumulados pelas palavras e acções promovidas pelo Papa Francisco ao longo de vários anos e que abriram caminho para uma das maiores crises na história da Igreja Católica”, sustenta o grupo numa carta aberta de vinte páginas. 

A missiva ataca Francisco por supostamente amortizar a posição da Igreja em relação a uma série de assuntos. Os signatários dizem que o Pontífice não se pronuncia abertamente contra o aborto e tem sido muito receptivo aos homossexuais e muito complacente em relação aos protestantes e aos muçulmanos. 

O documento foi publicado na terça-feira pelo LifeSiteNews, um portal conservador que frequentemente serve como uma plataforma para ataques ao papa. Em 2018, o website publicou um documento da autoria do ex-embaixador do Vaticano em Washington, o arcebispo Carlo Maria Vigano, em que o Núncio supostamente pedia que o papa renunciasse.  O Vaticano não quis comentar o teor da carta.

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