Pelo menos 15 pessoas, incluindo seis crianças, morreram na última madrugada durante uma operação das forças de segurança contra um alegado esconderijo do grupo jihadista Estado Islâmico no Sri Lanka, informou a polícia cingalesa.
Quando militares e agentes das forças de segurança se preparavam para invadir o esconderijo , numa casa da localidade de Kalmunai, no leste do país, três alegados membros da organização terrorista fizeram detonar explosivos que tinham amarado ao corpo, matando seis crianças e três mulheres.
“Outros três homens”, supostamente bombistas suicidas, morreram no exterior da residência, informou a polícia.
A operação desencadeou um tiroteio de mais de uma hora e os corpos das vítimas apenas foram descobertos quando o confronto terminou, revelou o porta-voz do Exército, Sumith Atapattu. As forças da ordem não sofreram qualquer baixa.
Na sexta-feira, a polícia encontrou 150 barras de dinamite e uma bandeira do Estado Islâmico durante uma rusga em Sammanthurai, no local onde foi gravado o vídeo em que os atentados do Domingo de Páscoa foram reivindicados, indicaram os investigadores das forças de segurança.
No domingo, ataques contra três igrejas e outros tantos hotéis de luxo no Sri Lanka atribuídos a extremistas islâmicos deixaram mais de três centenas e meia de mortos.
Até o momento, as autoridades do Sri Lanka detiveram 74 pessoas, incluindo um homem que as autoridades acreditam ser o pai de dois dos bombistas suicidas.
Na sexta-feira, o Governo informou que o extremista Zahran Hashim, considerado uma peça-chave dos atentados, morreu durante o ataque a um dos hotéis de luxo de Colombo.
Hashim aparecia no vídeo do Estado Islâmico que reivindicou a autoria dos ataques. Nas imagens, ele encabeça um grupo de sete homens que jura lealdade ao líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al Bagdadi.
Zehran Hashim era o líder do National Thowheeth Jama’ath (NTJ), grupo extremista praticamente desconhecido até ao derradeiro domingo. O Governo do Sri Lanka acusa o grupo de ter executado os atentados.
Por razões de segurança, as igrejas Católicas do país permanecem encerradas até nova ordem e algumas mesquitas cancelaram as orações de sexta-feira. Nos templos que não fecharam, a adesão não foi grande e as orações não se realizaram por razões de segurança.
“Agora temos informações que dão conta que 140 pessoas no Sri Lanka estariam ligadas ao Estado Islâmico. Podemos e vamos erradicá-las rapidamente”, anunciou o presidente Maithripala Sirisena na sexta-feira, dia em que deu a conhecer uma nova lei que proibe grupos islamitas.
Com o governo na defensiva por ignorar as advertências de outros países sobre a alta probabilidade do Sri Lanka poder vir a ser alvo de ataques terroristas, o principal responsável pela polícia do país, o inspector geral (IGP) Pujith Jayasundara, demitiu-se
Na quinta-feira, o Ministro da Defesa também já tinha renunciado
Um alerta que o chefe de polícia emitiu em 11 de Abril advertindo que o NTJ preparava ataques, nunca foi comunicado ao primeiro-ministro ou a altos membros do Governo, num contexto de disputa de poder entre o chefe de Governo, Ranil Wickemesinghe, e o presidente Sirisena, agora ministro do Interior e da Defesa.
O primeiro-ministro Wickremesinghe pediu desculpas na noite de sexta-feira no Twitter em nome do governo: “Nós assumimos nossa responsabilidade coletiva e pedimos desculpas aos nossos concidadãos por nossa incapacidade de proteger as vítimas destes trágicos eventos”.
Nos últimos dias, vários países ocidentais pediram a seus cidadãos que não visitem o Sri Lanka ou deixem o país. A Austrália chegou a considerar que “novos” ataques eram “prováveis”.
Por sua vez, os Estados Unidos desencorajaram seus cidadãos a viajar para o país, afirmando ter “capacidade limitada de assistência aos cidadãos norte-americanos no Sri Lanka” em razão do “terrorismo” no país.
Os ataques podem fazer, de fato, com que o sector de turismo deixe de ganhar até 1,5 bilhão de dólares este ano, anunciou o ministro das Finanças da ilha.
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