Polícia Judiciária desmantela rede de prostituição

A Polícia Judiciária (PJ) desmantelou um grupo criminoso que operava uma rede de prostituição no território. A organização terá gerado proveitos da ordem dos 300 milhões de dólares de Hong Kong (mais de 30 milhões de euros) ao longo dos dois últimos anos. 

Investigadores da Judiciária conduziram rusgas em treze locais do território, incluíndo uma sauna na ilha da Taipa. A operação resultou na detenção de 13 membros da alegada rede criminosa: nove dos detidos são residentes de Macau, dois outros são cidadãos da República Popular da China e os dois restantes têm nacionalidade vietnamita.

Mais de uma centena e meia de pessoas – entre os quais 58 alegadas prostitutas e 58 funcionários dos locais onde as mulheres se prostituíam – foram conduzidos à esquadra para interrogatório. Entre as mulheres que proporcionavam serviços de natureza sexual a troco de dinheiro estão cidadãos da República Popular da China, de vários países do Sudeste Asiático e da Europa de Leste. Entre as alegadas prostitutas estão mulheres de nacionalidade vietnamita que tinham autorização de trabalho emitida pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, ainda que para trabalhar como cozinheiras, trabalhadoras do sector das limpezas ou empregadas domésticas.

No âmbito da investigação que conduziu, a Polícia Judiciária descobriu que o grupo – que operava em Macau desde 2014 – terá gerado 313 milhões em lucros desde 2017 até à data em que foram conduzidas as rusgas. No período em questão, a rede registou mais de 95 mil transacções. 

O valor das transacções, explicou a Polícia Judiciária em conferência de imprensa, oscilou entre os 2588 e os 4488 dólares de Hong Kong. As mulheres que se prostituíam recebiam menos do que 1000 dólares, com o valor pago a variar consoante a nacionalidade da mulher e a avaliação dos clientes.

Para além de proceder às 13 detenções, a polícia de investigação do território apreendeu quase seis milhões de dólares de Hong Kong em dinheiro. A PJ procedeu também à apreensão de mais de 4500 preservativos. 

A sauna investigada no âmbito da operação empregava funcionários cuja função era, exclusivamente, a de avisar as alegadas prostitutas na eminência de uma eventual inspecção. Os funcionários em questão carregavam num botão que alertava as mulheres, que se escondiam depois em divisões secretas existentes nas instalações do estabelecimento.

O grupo operou até Fevereiro uma segunda sauna em Macau, mas as instalações encerraram há pouco mais de um mês devido a “problemas operacionais”, explicou um porta-voz da Polícia Judiciária em conferência de imprensa.

A polícia de investigação do território suspeita que os membros da rede estariam ainda envolvidos em outras actividades ilícitas. Os suspeitos foram acusados dos crimes de lenocínio e de associação criminosa. O caso foi enviado para o Ministério Público.

O crime de lenocínio é punido com pena de prisão de entre um a três anos. Já o crime de associação criminosa pode resultar de uma pena de prisão de entre três a doze anos, que pode ser agravada pelo tribunal nos casos em que os arguidos assuma funções de liderança no seio da estrutura criminosa.

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