O orgão e a pipa. Igreja de São José recebe hoje concerto solidário

A Igreja do Seminário de São José acolhe ao início da tarde de hoje um concerto solidário que propõe uma rara confluência musical entre dois dos mais emblemáticos instrumentos da tradição musical chinesa, por um lado, e da tradição musical do Ocidente, por outro.

A iniciativa – que tem por objectivo angariar fundos para a reconstrução da biblioteca do Instituto Ricci de Macau, destruída há dois anos pelo tufão Hato, e para financiar o trabalho desenvolvido pelos Serviços Sociais da Casa Ricci na República Popular da China – traz ao território a solista de pipa Yang Jing e o organista Ernesto Maurice Corpus. Os dois músicos vão interpretar no total onze temas. O concerto, intitulado “Amizade Genuína: Uma Montanha Reflectida num Lago”, tem entrada gratuita e perfaz um tributo ao diálogo empreendido quase há cinco séculos por Matteo Ricci e por outros jesuítas.

O sacerdote espanhol Luíz Ruíz, falecido em 2011, aos 97 anos, procurou dar continuidade ao trabalho desenvolvido por Ricci no século XVI quando criou em 1988 os Serviços Sociais da Casa Ricci. O organismo, que está presente em oito províncias da República Popular da China, dá apoio a cerca de quatro mil pessoas, entre mulheres em risco, órfãos, pacientes infectados com lepra e doentes com HIV/SIDA.

A organização, que gasta uma média de 1,2 milhões de dólares com a acção social que desenvolve no Continente, conta com o apoio continuado de cerca de dois milhares de mecenas, mas o director da Casa Ricci, Fernando Azpiroz, gostaria de ver um maior envolvimento da sociedade civil do território no trabalho desenvolvido pelo organismo na China: “O dinheiro é sempre um problema. Todos os dias. Nas actividades que desenvolvemos gastamos mais de 1,2 milhões de dólares todos os anos”, revelou o sacerdote argentino numa entrevista concedida ao semanário católico “O Clarim”. “Um dos nossos objectivos é o de procurar convencer a população de Macau a envolver-se mais, porque mais do que um projecto internacional, este é um serviço que a comunidade de Macau pode prestar aos mais necessitados. Macau pode chamar a si um papel importante e as pessoas através do nosso trabalho, podem contribuir para que a sociedade chinesa se torne mais humana, mais solidária e mais harmoniosa”, complementa o jesuíta.

Fernando Azpiroz coordena uma equipa de 75 pessoas, entre voluntários e funcionários da organização, espalhados por quase duas dezenas de centros e comunidades um vários pontos da China. 

Be the first to comment

Leave a Reply

Your email address will not be published.


*


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.