EUA. Novo secretário da Defesa coloca a China no topo das preocupações

Patrick Shanahan substitui o demissionário Jim Mattis a título interino no papel de principal responsável pelas estratégias de defesa norte-americanas. O novo responsável pelo Pentágono considera a China o principal desafio e a principal preocupação de Washington em termos de defesa.

O novo secretário de Estado da Defesa interino dos EUA, Patrick Shanahan, colocou a Repúplica Popular da China no topo das preocupações militares norte-americanas, revelou na última madrugada uma fonte daquele departamento.

Patrick Shanahan, que desde terça-feira substitui interinamente Jim Mattis como secretário de Estado da Defesa, considerou que a China deve ser a principal preocupação dos EUA em termos de segurança externa, após uma reunião com chefias do Pentágono.

“Lembrem-se: China, China, China”, afirmou Shanahan à sua nova equipa, a quem pediu empenho na implementação de uma nova estratégia de defesa nacional, diferente daquela incutida por Mattis.

Inicialmente, o Presidente dos Estados Unidos tinha decidido deixar Mattis no cargo até Março, mas acabou por encurtar o mandato e nomear provisoriamente Shanahan para ocupar o cargo logo no início do novo ano, até encontrar um nome definitivo, não escondendo o desagrado com a forma como Mattis se afastou, manifestando publicamente as discordâncias com a estratégia de Donald Trump em matérias de defesa.

Jim Mattis, demitiu-se em 20 de Dezembro passado, em divergência com o Presidente dos EUA, Donald Trump, após a decisão deste de retirar as tropas norte-americanas da Síria e apontando vários erros estratégicos da administração Republicana.

Na sua despedida, na segunda-feira, Jim Mattis deixou uma mensagem aos funcionários do departamento de Defesa, exortando-os a “manter a fé no país e a estar unidos, juntamente com os aliados, na luta contra os inimigos”.

O seu substituto interino, Patrick Shanahan, já nomeou o chefe financeiro do Pentágono, David Norquist, como segundo no comando do departamento de Defesa e prometeu ajudar a administração Trump a encontrar novos rumos para a estratégia de segurança nacional, enquanto desempenhar o cargo.

Em 2017, Donald Trump já tinha tentado nomear Shanahan para o lugar de secretário de Estado da Defesa, mas a escolha foi barrada politicamente pelo próprio Partido Republicano, por ter defendido não enviar armas para a Ucrânia.

Contudo, a posterior escolha de Jim Mattis para o cargo acabaria por provocar várias desavenças entre o Presidente e o secretário de Estado, com Mattis a queixar-se sucessivas vezes de ser confrontado com decisões súbitas e frequentemente confusas de Donald Trump, à revelia da estratégia acordada entre ambos.

Um dos pontos quentes da discórdia aconteceu quando Trump decidiu romper o acordo nuclear com o Irão, que Mattis considerava ser fundamental para o equilíbrio político no Médio Oriente.

A gota de água para a demissão foi a decisão de Donald Trump de retirar os cerca de dois mil soldados estacionados na Síria, depois de Mattis ter por várias vezes mencionado a necessidade de prolongar a sua presença, para assegurar a contenção das forças do autointitulado Estado Islâmico na região.

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