China. Acordo comercial com Londres está por um fio, avisa Pequim

A entrada de uma embarcação militar britânica numa zona do Mar do Sul da China reclamada por Pequim deixou as autoridades chinesas enfurecidas. A China entende que a manobra se tratou de uma provocação e advertiu que a ocorrência deixou em risco as negociações sobre a assinatura de um tratado de comércio livre entre ambos os países.

O diálogo entre Pequim e Londres, sobre um possível acordo de comércio livre, pode estar “em risco”, após embarcações militares britânicas terem navegado no Mar do Sul da China, advertiu esta sexta-feira um dos jornais oficiais chineses.

O China Daily lembra que, na semana passada, o navio britânico Albion entrou “sem autorização”, em águas territoriais reclamadas pela China, num gesto entendido por Pequim como uma “provocação”. O jornal sustenta que a ocorrência põe em risco as relações entre os dois países.

China e Reino Unido concordaram em abordar a possibilidade de um acordo de comércio livre, após o ‘Brexit’, mas “qualquer acto que prejudique os interesses fundamentais da República Popular da China dificulta as negociações”, nota o diário, em editorial.

Na quinta-feira, o Governo chinês advertiu o Reino Unido para a aproximação de um navio às ilhas Paracel, controladas por Pequim e reclamadas também pelo Vietname e Taiwan, “para não danificar as relações entre os dois países”.

A porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros lembrou que as ilhas pertencem à China e que Pequim “adoptará todas as medidas necessárias para defender a sua integridade territorial e a sua soberania”.

O China Daily acusa o Reino Unido de querer servir-se dos Estados Unidos da América como “colete salva-vidas para a sua economia”, após o ‘Brexit’, afirmando que o país “agarra qualquer oportunidade para ficar bem visto perante Washington”.

Washington pediu recentemente mais participação internacional, nas suas operações no Mar do Sul da China, “em nome da liberdade de navegação”.

Pequim reivindica quase todo o Mar do Sul da China, apesar das reivindicações dos países vizinhos. Nos últimos anos, construiu várias ilhas artificiais, capazes de receber instalações militares em recifes disputados pelos países vizinhos.

Este mar estratégico, por onde passam anualmente cerca de cinco biliões de dólares (4,2 biliões de euros) em mercadorias, terá vastas reservas de gás e petróleo.

Be the first to comment

Leave a Reply

Your email address will not be published.


*


This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.