A China e os Estados Unidos decidiram renunciar a qualquer guerra comercial e à imposição de novas taxas entre os dois países, afirmou ontem o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He. No sábado, Pequim e Washington concordaram em reduzir significativamente o défice comercial que os Estado Unidos mantêm com a China.
A China e os Estados Unidos da América concordaram em reduzir “significativamente” o défice comercial dos Estados Unidos, avançaram no sábado as duas partes num comunicado conjunto após as negociações que decorreram na capital dos Estados Unidos, Washington.
“Houve um consenso em tomar medidas para reduzir significativamente o défice americano no comércio de mercadorias com a China”, escrevem os dois lados sem, no entanto, fornecer números ou explicações mais pormenorizadas. A Casa Branca exige uma redução de cerca de 170 mil milhões de euros do seu défice com o gigante asiático.
No ano passado, os Estados Unidos registaram um défice de cerca de 318 mil milhões de euros no comércio com Pequim: “A fim de atender à crescente procura pelo consumo chinês e à necessidade de desenvolvimento económico de alta qualidade, a China aumentará significativamente as suas compras de bens e serviços dos Estados Unidos, o que apoiará o crescimento e o emprego dos Estados Unidos”, complementa o texto difundido pela Casa Branca.
Os negociadores norte-americanos e chineses concordaram ainda avançar com um “aumento significativo” nas exportações dos EUA nos sectores agrícola e da energia: “Os Estados Unidos enviarão uma equipa à China para trabalhar nos detalhes” de um acordo, anunciaram, sugerindo que a delegação chinesa, que chegou no início da semana passada, já deixou Washington.
Os dois países, com fortes laços comerciais e financeiros, iniciaram algumas semanas de negociações delicadas para tentarem encontrar uma solução para a sua disputa comercial após meses de tensões, medidas e ameaças de retaliação comercial de ambos os lados, com o receio de uma guerra comercial com consequências imprevisíveis.
Uma delegação liderada pelo secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, visitou Pequim há duas semanas. Em seguida, uma delegação chinesa, liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu He, amigo íntimo do presidente chinês, deu esta semana seguimento às negociações, desta vez na capital federal norte-americana.
As negociações foram realizadas apenas alguns dias antes do final de um período de consultas sobre novas sanções dos Estados Unidos da América sobre as importações chinesas.
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