Um novo túnel, escavado na zona das Portas do Cerco, só foi terminado graças ao recurso a uma técnica inovadora. Equipas de engenharia chinesas congelaram um troço de 255 metros do subsolo para garantir que a obra fosse concluída em segurança. A estrutura, que demorou quatro anos a ser construída, dever ser inaugurada em Junho próximo.
Uma técnica pioneira foi utilizada por equipas de engenharia do Continente na empreitada de construção de um novo túnel na zona das Portas do Cerco, revelou recentemente a televisão estatal chinesa numa reportagem que incidiu precisamente sobre o carácter inédito do projecto.
Uma importante secção do novo Túnel de Gongbei foi construída através do método “freeze-sealing pipe roof” (FSPR), através do qual uma espessa camada de gelo é artificialmente criada à volta do perímetro do túnel, permitindo que os trabalhadores conduzam os trabalhos de excavação sem receio de derrocadas ou de inundações.
O Túnel de Gongbei, que foi construído na faixa de terreno que separa o edifício do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco das instalações dos Serviços Alfandegários de Gongbei, tem uma amplitude máxima de 2700 metros. O método FSPR foi utilizado num troço, tido como crucial da estrutura, com uma extensão de 255 metros.
Inovadora, a técnica já foi anteriormente utilizada na Finlândia, na Alemanha e na China, mas sempre em menor escala. Para criar a abóbada gelada que permitiu a condução dos trabalhos, 36 tubos de refrigeração – cada um dos quais com 1,6 metros de diâmetro – foram introduzidos em pontos previamente definidos do perímetro do futuro túnel. As equipas de engenharia responsáveis pelo processo fizeram depois circular líquido refrigerador através dos tubos, congelando o solo ao redor das estruturas. Os tubos foram deixados deixados no local depois de terminada a empreitada.
A capacidade de refrigeração utilizada durante o processo de construção, adianta a CCTV, era equivalente ao frio produzido por 100 mil frigoríficos domésticos.
O novo túnel é um acrescento ao projecto da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e cruza uma extensa rede de estradas e ferrovias, razão pela qual as autoridades chinesas optaram por desenvolver a obra no subsolo da área que acolhe uma das fronteiras mais movimentadas do mundo, a que separa a RAEM do Continente.
O solo, constituído sobretudo por argila e areão, impediu o recurso a métodos de excavação convencionais. No final do passado, e com a empreitada a abeirar-se da sua conclusão , as equipas de engenharias envolvidas no projecto viram-se obrigadas a desmantelar o mecanismo de refrigeração com o objectivo de acelerar o processo de descongelamento do subsolo e de impedir que a estrutura abatesse.
O novo tunel de Gongbei demorou quatro anos a ser construído e deve ser inaugurado em Junho, altura em que a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau deve receber também as primeiras viaturas.
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